
Quase amor
"Nada pior que o quase. Sim, o quase. Aquele lance incrível que você fez na partida de futebol, a bola passou triscando a trave. Você quase fez um golaço. Aquele concurso que você estudou tanto e faltaram apenas alguns décimos para tirar a nota desejada. Você quase conseguiu. Mas entre todos os quases, nada pior do que o quase beijo, o quase amor que não aconteceu.
Os dois estão a sós em um lugar discreto, tendo aquela conversa gostosa, quando de repente a palavras cessam, os olhares se encontram, os lábios aproximam-se devagar em uma atração magnética. Súbito há um forte estrondo lá fora, ou o celular de um dos dois começa a tocar, ou chega um desavisado e atrapalha tudo. Pronto! O encanto é quebrado. O beijo não acontece, o amor não floresce. Mais uma vez o quase atrapalhou sua vida.
O quase amor é o mais marcante de todos. Quem nunca viveu um? Um amigo meu, que não tem nada de lírico, ressalta ano após ano que a história de um quase beijo, e sua narrativa é digna de um literato. Aconteceu no colegial. Ele era apaixonado pela sua melhor amiga. Ambos estavam sozinhos dentro de uma sala de aula, quando acontece aquele clima... Os rostos se aproximando lentamente para o beijo tão desejado. BAM! Alguém quebra uma janela lá fora. Junto com a janela o encanto do momento também foi quebrado. A garota sorriu, deu um tapinha na testa dele e disse: “Você é um lerdo.” Muitos anos se passaram e o pobre coitado ainda sente o tapinha na testa que doeu no coração. Ainda quer matar o cara que quebrou a janela.
Se você está no instante que precede um beijo, não se importe com o barulho lá fora, agarre a garota pelo colarinho e beije-a. Se o celular começar a tocar, enlace o pescoço do seu amado e beije-o. Se um desavisado chegar, dê as costas para ele e beije seu amor até perder o fôlego.
Vamos fazer uma campanha universal contra o quase. Sair às ruas com cartazes com os dizeres: ABAIXO O QUASE! NÃO AO QUASE! MORTE AO QUASE! Pode parecer cômico, mas quem sabe não mudamos o mundo. Ou pelo menos quase."
Texto escrito por Ricardo Chagas, estudante de Letras da faculdade Univale de Ivaiporã e publicado no jornal Folha de Londrina no dia 07 de abril de 2010.
essa história é do ET huasuhauhshu
ResponderExcluirmuito bom pc tiro o chapeu pra vc ......
Muito bom d+, esse é meu amigo escritor....
ResponderExcluir;D
adorei a historia muito legal pena que nao é a minha seria muito emocionante o quase beijo mais se encaicha com uma historia que eu sei do bruno
ResponderExcluirno mais parabens vc merece
Ehhh...Ricardinho!!!!
ResponderExcluirEssa crônica é demais.
Meus parabéns.
Vc merece!!!!
Eu me orgulho de seu talento e gosto muito do impacto que seus textos me causam. Eu reflito, eu viajo sem ao menos sair do lugar. Que isso cotinue acontecendo e que muitas pessoas também experimentem essa indescritível sensação de ser tocada por suas
ResponderExcluirpalavras. Sucesso meu amigo!
Adoro essa,lembra das suas cronicas analisadas em sala de aula, então, meu grupo ficou com essa para analisar, eu amei lê-la, não só essa, mas como todas suas que já tive oportunidade de ler.É um imenso prazer ler seus textos..
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