Está chegando o dia. Todos nós teremos que, por alguns momentos, desligar a televisão, sairmos da frente da tela do computador, abdicar da sagrada cervejinha dominical, e nos dirigirmos às designadas zonas eleitorais e escolher os representantes no poder Legislativo e Executivo. Que deveriam, teoricamente, trabalhar em prol de melhorias nas comunidades, e uma melhor qualidade de vida nos municípios. Mas, convenhamos, qual cidadão brasileiro, por mais ingênuo que seja, ainda acredite na honestidade dos representantes?
Todos os dias, os meios de comunicação despejam em nossas casas dezenas de denúncias de corrupção cometidas por aqueles que ajudamos a se elegerem nas últimas eleições. Todas elas marcadas pela impunidade. E o que nós, povo brasileiro, fazemos a respeito? Sorrimos (sorriso quase sempre marcado pela ausência dos incisivos), e dizemos que é assim mesmo. Foi sempre assim e sempre será.
Até quando continuaremos com essa resignação tola? Quais de vocês saíram do conforto dos lares, nos últimos dias, para ouvirem um candidato discursar em cima de um palanque, após a proibição dos showmícios? Quais de vocês doaram cinco minutos do próprio tempo para lerem com atenção as propostas de um candidato no verso de um santinho? Quantos de vocês aproveitaram o horário eleitoral gratuito, na televisão, para assistirem um DVD pirata?
Lamento informá-los, mas, agora, não há tempo suficiente para fazer uma pesquisa ampla sobre a integridade moral dos candidatos e com uma grande probabilidade de acerto. Por isso, rezem! Rezem muito! Não importa qual religião siga. Toda superstição também é válida (amuletos, ferraduras, pés de coelho, sal grosso...), para que sejam eleitos aqueles que melhores estão preparados, e que, quando estiverem exercendo os respectivos cargos, não sejam corrompidos pelo poder.
O povo brasileiro é cheio de crendices. Uma delas a que, entre os inúmeros candidatos que assumirão os cargos em 2011, haja um messias! Que pela primeira vez deixe de lado o egocentrismo, e pense em primeiro lugar nos mais necessitados.
Publicado no Folha de Londrina em 2008
No Paraná Centro 2010
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