sexta-feira, 8 de abril de 2016

Você Jean, eu Logan.




Você Jean, eu Logan.
                                                        
          Minha Lolita, como gostaria que você fosse Capitu e traísse o Bentinho. Mas não temos coragem de fato. Você é princesa, eu sapo; e por mais que me beijasse, eu nunca seria príncipe.
          Brinco que você é Jean Grey, ele Ciclope, eu Logan. Mas eu me corto nas minhas próprias garras, já estourei o fator de cura do meu coração. Por isso não chegue perto de mim com esses seus óculos e cara de nerd, não venha de cabelo molhado e banho tomado, assim você ainda acaba comigo, não há fator de cura que aguente. Não venha com fantasias de festa junina no próximo mês de junho, porque minhas fantasias não são de canjica, mas sim de vinhão.
           Escrevo um texto pra te arrancar um sorriso e um suspiro. No outro dia te vejo alegre e maquiada, mas sei que toda a sua alegria será descontada no Ciclope, preferia que ele me incinerasse com uma rajada. Te escrevo num guardanapo de papel na padaria, numa folha avulsa, numa tela de computador, mas na verdade gostaria de escrever com o dedo, um verso no suor da sua pele nua.
          Sua presença me causa dor e ao mesmo tempo alegria. Minha paixão platônica, minha Guerra-Fria, quero te atacar, não posso. Minha bomba atômica, explode meu mundo, nenhuma barata sobreviveria.
           Vamos formar uma dupla sertaneja chamada Jean e Logan. Cantar Boate Azul à meia-noite, só nós dois, pra lua.
           Tudo que eu mais queria é que você viesse séria dizendo: “Sou sua”. E não dissesse mais nada, que não estivesse completamente nua, porque queria tirar sua roupa como o laço de fita de um presente.
          Antes de penetrar o corpo é preciso penetrar a mente, no seu coraçãozinho deixar germinar uma semente, pra que vire broto, pra que vire flor.

          Pra um dia virar amor.

Publicado no site Literatura Amarga em abril de 2016.

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