Você
Jean, eu Logan.
Minha Lolita, como
gostaria que você fosse Capitu e traísse o Bentinho. Mas não temos coragem de
fato. Você é princesa, eu sapo; e por mais que me beijasse, eu nunca seria
príncipe.
Brinco que você é Jean Grey, ele
Ciclope, eu Logan. Mas eu me corto nas minhas próprias garras, já estourei o
fator de cura do meu coração. Por isso não chegue perto de mim com esses seus
óculos e cara de nerd, não venha de cabelo molhado e banho tomado, assim você
ainda acaba comigo, não há fator de cura que aguente. Não venha com fantasias
de festa junina no próximo mês de junho, porque minhas fantasias não são de
canjica, mas sim de vinhão.
Escrevo um texto pra te arrancar um
sorriso e um suspiro. No outro dia te vejo alegre e maquiada, mas sei que toda
a sua alegria será descontada no Ciclope, preferia que ele me incinerasse com
uma rajada. Te escrevo num guardanapo de papel na padaria, numa folha avulsa,
numa tela de computador, mas na verdade gostaria de escrever com o dedo, um
verso no suor da sua pele nua.
Sua presença me
causa dor e ao mesmo tempo alegria. Minha paixão platônica, minha Guerra-Fria,
quero te atacar, não posso. Minha bomba atômica, explode meu mundo, nenhuma
barata sobreviveria.
Vamos formar uma dupla sertaneja
chamada Jean e Logan. Cantar Boate Azul à meia-noite, só nós dois, pra lua.
Tudo que eu mais queria é que você viesse
séria dizendo: “Sou sua”. E não dissesse mais nada, que não estivesse completamente nua, porque queria tirar sua roupa como
o laço de fita de um presente.
Antes de penetrar o corpo é preciso
penetrar a mente, no seu coraçãozinho deixar germinar uma semente, pra que vire
broto, pra que vire flor.
Pra um dia virar amor.
Publicado no site Literatura Amarga em abril de 2016.
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