Eu sei quando alguém entra na minha vida pra fazer um estrago. Eu aprendi a ler todos os sinais. Eu sei quando alguém entra pra virar a mesa, derrubar garrafas e copos, estilhaços de vidro e manchas de bebida pelo chão. Quando esbarrei com ela uns três anos atrás, sabia que havia algo diferente, eu sei quando alguém vai entrar na minha história, antes mesmo da nossa história juntos começar. Não foi a toa que a observei, com uma luz amarela acessa, que dizia: “Cara, para com isso, ela é só uma menina”. Daí quando eu afasto a ideia torta como quem afasta um mosquito de um zumbido irritante, ela ressurge. Mas eu já a conheço, ela não ia se contentar em apenas voltar, ela precisa de uma entrada triunfante. Sempre quis ver uma adaptação de algo que escrevi, ele fez e me mandou antes mesmo de dizer “oi”. Ela é do tipo que acena de longe e diz: “ Eí, bobão, roubei teu coração!”. Ela escreveu um texto lindo pra mim, ela voltou minhas armas contra mim, ela me desarmou, ela jogou os dados e abraçou o tabuleiro, ganhou a corrida antes da largada, descobriu meus pontos fracos sem esforço, sequestrou meu coração e não pediu resgate.
Ela me deixa comovido, mordido, fodido, doido e doído. Uivando pra lua sete noites seguidas, bebendo conhaque feito água; perdi a concentração que já não tinha, meus pensando sempre indo na direção dela, eu tentando controlá-los, com quem quer controlar uma enxurrada com um copo d’água, uma revoada de pássaros com um estilingue. Virando na cama como se a buscasse num sonho, perdi o sono, esqueci de dormir, perdi a hora, esqueci de acordar. Ela consegue ser vilã e mocinha ao mesmo tempo num amor bandido. Crazy Love. Ela consegue enlouquecer até eu que já sou louco, Alice através do espelho, eu o Chapeleiro, Arlequina no esquadrão suicida, eu coringa com uma granada na boca.
E aqui vou eu agora, louco pra proteger minha princesa do dragão, lá se vai minha espada no primeiro golpe, torta pra sempre ao dar em cheio num moinho de vento. Eu não sirvo pra príncipe, eles são muitos chatos, quero ser bobo-da-corte só pra desenhar um sorriso no seu rosto,pôr todas suas lágrimas num vidrinho azul-marinho, entregar ao Merlin pra fazer um feitiço, transformar todas em fogos de artificio.
Menina vou te proteger do mundo, mulher vou te oferecer o meu mundo.
Publicado no Literatura Amarga em maio de 2016
Eu passei por ser uma boba da corte e hoje não quero mais ser... Acho que estou saído dessa triste realidade, agora conforto meu coração e ocupo ele só com coisas boas. Chorei muito e vi rirem dos meus sentimentos. Desculpe dizer essas coisas, faz parte dizer o que pensar e dar opinião. Sua escrita mesmo assim é bonita quando se diz aceita e querer ela do seu lado. O amor faz assim com agente loucos uivantes...
ResponderExcluirParabéns pelo seu blog! Dizer o que pensa e que o coração quer gritar faz parte dos sentimentos livres quem vem do coração. Estou te seguindo no blog. Tenha um lindo dia. Beijos
Obrigado pelo comentário e leitura, um ótimo fim de semana...
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